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Extrangeiro
Numa botilleria de uma ciudad extranjera,
sentado a mesa eu escrevia.
Não me reconheciam as pessoas.
Ali ninguém sabia
quem eu era e aliás diziam
que até falava bem a sua língua.
No entanto, me transfiro, teleporto
para lugar e tempo presente:
eu sou o poeta foraneo,
de terras distantes, sentado aqui nessa mesa.
Eles não me conhecem,
mas conheço a cada um,
minhas lentes dissecam, radiografam:
pessoas sentam, passam, cessam,
traduzo cada conversa.
Sei seus destinos e energias.
Sei delas como se fossem minhas personagens,
e suas perecíveis poesias.
2014
Em seis meses volta a reverberar
meio giro já consolida meias verdades
mas na hora e na vez do inimigo
os aliados que surgem ao meu lado
são aqueles já muito pisados
me dizem que sumi
eu só sorrio e confirmo
digo que sim
e eu vou sumindo, sumindo
até que desapareça
espero que sem nem sangue.
2015
Nº da página aberta
Me pergunta por que te pergunto
Pergunto à exaustão
O que tem por detrás do teu rosto
Não pela beleza que admiro
Mas porque seu rosto
com todos seus adereços
Nariz, olhos, brincos e a boca
principalmente a boca
estão sempre na iminência
a estática iminência
da palavra, do sorriso
ou da angústia
A todo tempo me supreende
o que esteve alí, na minha frente
frente ao silêncio
2015
La brujeria de las Brújulas
la rosa amada de los vientos
con sus agujas que no se pierden.
la intención inolvidable
centra en si
y siempre sabe donde está su corazón,
la brújula no apunta el norte,
su hechizo se queda en apuntar a si misma, donde se queda.
Orienta, no lo que se debe
pero lo que se desea.
Esta tierra, o este-sur, o su pareja.
desde entre la danza vertiginosa
y el mareo circular
Su racionalidad cardenal.
entre mente-co
razón és la brújula quién le opera
és el punto de encuentro.
instrumento de la voluntad.
Nunca se pierde de quien donde se quiere,
ella sabe donde tu estás.
2016