domingo, 20 de março de 2011

em processo de lobo...




Gosto da solidão, mas por egoísmo.
Piso as estradas ermas, onde a vida
é sincera, nostálgica, esquecida,
entregue ao seu tranqüilo fatalismo.

Posso pensar em ti longe da lida
e do fragor amorfo do realismo.
Minha paixão procura a cor do abismo,
colho temas na estrada impercorrida.

Não há ninguém no azul desses momentos.
Águas mansas, talvez... E a reticência
das coisas vagas, sem delineamentos.

Envolve-me a poesia. Na inclemência
das distâncias, dos rumos, e dos ventos,
paira, como um perfume, a tua ausência. . .

Solidão
Fernando Torquato Oliveira
1.913

Um comentário:

Jordana Diógenis. disse...

Noossa, que lindo.

identifiquei-me!

E não sei pq, qndo li o primeiro verso, lembrei dessa
http://www.youtube.com/watch?v=I0KY3NMCpuQ&feature=player_embedded#at=12