
Gosto da solidão, mas por egoísmo.
Piso as estradas ermas, onde a vida
é sincera, nostálgica, esquecida,
entregue ao seu tranqüilo fatalismo.
Posso pensar em ti longe da lida
e do fragor amorfo do realismo.
Minha paixão procura a cor do abismo,
colho temas na estrada impercorrida.
Não há ninguém no azul desses momentos.
Águas mansas, talvez... E a reticência
das coisas vagas, sem delineamentos.
Envolve-me a poesia. Na inclemência
das distâncias, dos rumos, e dos ventos,
paira, como um perfume, a tua ausência. . .
Solidão
Fernando Torquato Oliveira
1.913
Um comentário:
Noossa, que lindo.
identifiquei-me!
E não sei pq, qndo li o primeiro verso, lembrei dessa
http://www.youtube.com/watch?v=I0KY3NMCpuQ&feature=player_embedded#at=12
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